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    2018

Capital de Giro: o que fazer quando sua empresa está no vermelho?

Data: 04/04/2018


Por Rafael de Souza, analista de Negócios no Sebrae-SP na regional de São José dos Campos, graduado na área de TI, especialista em gestão estratégica de negócios e em gestão de pessoas.

 

Antes de explicar o que é e o que fazer quando o capital de giro do seu negócio está no vermelho, convido a você refletir se a causa deste resultado negativo é exclusivamente do mercado (concorrência, crise, governo, etc) ou se você, empreendedor, tem sua parcela de responsabilidade. Por exemplo, reflita se tem acompanhado as alterações e demandas do mercado para atender da forma adequada seus clientes, se tem um plano de ação para melhorar pontos de controle e gestão do seu negócio em que há oportunidade de melhorias e se tem buscado se capacitar para se desenvolver e, consequente, melhorar os resultados do seu negócio.

O capital de giro de uma empresa tem a função de financiar a continuidade das operações do negócio, seja para o estoque ou para despesas operacionais (folha de pagamento e encargos, pró-labore, aluguel, telefone, internet, etc). Pode-se dizer também que o capital de giro indica a necessidade do montante de recursos que a empresa precisa para financiar suas despesas mensais, ou seja, o valor dos recursos que o seu negócio precisa para que seus compromissos sejam pagos nos prazos de vencimento no período.

Avaliar o saldo disponível para que haja sempre capital de giro na empresa, seja para aplicação, para provisionamentos e reserva de caixa, investimentos ou gastos é uma ação imprescindível para garantir a saúde financeira do seu negócio.

Caso ocorra de ficar com saldos negativos, a primeira providência é descobrir as causas: atraso nos recebimentos, alta taxa de inadimplência, queda repentina nas vendas, estoque encalhado, etc. Este problema também ocorre se as diferenças entre os prazos de recebimentos dos clientes e pagamentos dos fornecedores, colaboradores e outras despesas forem altas, e a empresa não se planejar, ou seja, deve-se organizar o calendário de pagamentos e recebimentos de tal forma que os recebíveis ocorram nos períodos adequados para os pagamentos.

Fechar o mês no vermelho não é o fim do mundo, o importante é entender a causa e tomar ações para amenizar o saldo negativo, tais como:

1. Renegociar com fornecedores para prorrogar prazos de pagamentos de dívidas já existente;
2. Fazer antecipação de recebíveis;
3. Fazer liquidação de produtos parados no estoque há muito tempo;
4. Eliminar qualquer tipo de desperdício;
5. Fazer empréstimo para capital de giro, desde que a taxa de juros gere uma dívida inferior aos juros do não pagamento de contas.

Muitos donos de micro e pequenas empresas acabam recorrendo ao banco para buscar dinheiro para seus negócios em último caso, porém quando o fazem, boa parte escolhe as modalidades mais caras como cartão de crédito e cheque especial. Desta forma, acabam aumentando ainda mais suas dívidas, tornando-se uma bola neve, devido à ausência de planejamento e de gestão do fluxo de caixa de forma eficiente, além do desconhecimento da existência de linhas de crédito específicas para capital de giro.

Diante deste cenário, torna-se imprescindível que você empresário tenha no mínimo um conhecimento básico sobre controle diário de caixa, fluxo de caixa, capital de giro, ponto de equilíbrio, margem de contribuição, lucratividade e rentabilidade para, desta forma, conseguir fazer a gestão financeira do seu negócio e tomar decisões de forma assertiva. Mesmo que você tenha um colaborador, administrador ou sócio que faça o controle e gestão financeira do seu negócio, é importante que você tenha o conhecimento mínimo para tomar decisões estratégicas para sua empresa, sendo isto possível por meio de capacitações e treinamentos.